sábado, 19 de março de 2011

A História de um Grafiteiro


Foi um dia difícil para Rodrigo; não passou na prova de álgebra, seus pais brigaram novamente, e na escola aqueles meninos continuavam a zoá-lo. Mas finalmente ele chegou em casa, pegou o spray e grafitou. Grafitou até não aguentar mais. As paredes de seu quarto já estavam completamente lotadas, estava considerando passar a pintar o porão de sua casa, lá era uma bagunça mesmo e ninguém usava; as vezes ficaria até mais bonito com sua arte lá. Porém, existia um problema: sua mãe o chamaria de vândalo novamente. Seu pai até o defenderia mas em poucos segundos eles começariam a brigar mais uma vez. Ele nao queria ser o motivo de confusão, por isso não pintava em lugares públicos não autorizados. Imagine só a quantidade de problemas que isso poderia causar!
Rodrigo nao entendia. Porque o grafite era o ÚNICO tipo de arte considerado vandalismo? Porque era diferente de pintar com tinta em uma tela? Porque moldar uma pedra pra fazer uma escultura não era considerado vandalismo? Será que os grafiteiros são menos talentosos que os pintores e escultores? Será que saber grafitar não é um dom artístico? O que ele precisava fazer pra que sua paixão não fosse considerado um crime? Como é possivel que arte fosse considerado um crime?
Lógicamente, grafitar em um lugar indesejável à outros não é arte; não é nem grafite, mas sim pixação. Mesmo entendendo o quanto era errado, Rodrigo entendia os pixadores. Talvez não era para vandalizar o local, mas por falta de espaço para se expressar e desabafar. Eles simplesmente não tem outra escolha. Era revoltante pensar no Renascimento quando havia todo tipo de investimento nos artistas e eles tinham toda liberdade para se expressar enquanto hoje em dia não vemos tal
investimentos para a arte. Muito pelo contrario, existe o preconceito contra aqueles que grafitam!
Parecia injusto.
Pessoas sempre precisaram de uma
maneira de colocar um
pouco de si em algo diferente de si mesmo; é por isso veio a arte, a música, a moda, etc.
Grafiteiros precisam de investimento,
espaço para se expressar, para se expor. Grafite não precisa ser algo que destrói um lugar, mas pode edificar, assim como uma pintura edifica sua
parede e uma escultura enfeita seu jardim.

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